Ninguém sai ileso da vida..
É uma frase que carrego sempre comigo e espalho por onde vou, pra nos lembrar que estar vivo é correr riscos, é poder se machucar (literal ou figurativamente). E ainda assim, sobreviver, se reerguer, ressignificar nossas experiências.
Se você é uma pessoa, um ser humano, terá traumas. Isso porque o trauma na psicanálise não é “só” um evento que entendemos de maneira coletiva como traumático, como por exemplo um acidente de carro, a perda de um ente muito jovem, etc. Como disse antes, ninguém escapa da vida e há experiências traumáticas que são internalizadas no nosso inconsciente e moldam o nosso funcionamento. Não é exatamente a experiência em si que pode ser ou não traumática, mas sim como ela é experienciada pela pessoa.
– > Até aqui, fez sentido? <-
Nessa lógica qualquer experiência pode ser traumática e não cabe julgamentos aqui. O sentir é particular.
Ainda assim, podemos também abarcar esse entendimento aqui para entender que: Sim! É possível ressignificar nossos traumas. Isso não será sem trabalho, muito menos rápido como alguns “profissionais coach” podem prometer. Mas é possível adicionar ou retirar sentidos da experiência vivida como trauma.
Como talvez você tenha lido na minha pequena apresentação, sou de cidade pequena, e por lá tem um ditado que sempre ouvi: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. Geralmente era usado para se referir a fofocas (hahaha), mas podemos pensar aqui no nosso assunto também.
-> Porque então, falar na terapia, que é um espaço seguro, traz a possibilidade de aliviar, trazer à tona memórias que até então guardamos como menos importantes (e quase nunca o são) e ressignificar experiências que trazem sofrimento à pessoa?
“Quem conta um conto, aumenta um ponto”
A cada vez que a história é contada, algo é acrescentado, algo da história se atualiza. Pensando nas experiências traumáticas, isso faz com que a história ou pelo menos a narrativa e a maneira como é percebida pela pessoa que a viveu, vai se modificando, abrindo espaço para novas interpretações e sentidos.
É fato que muitos dos traumas que internalizamos foram vividos em tempos onde nossa compreensão e maturidade para lidar eram bem pobres e escassas.
“Reviver” essa experiência no espaço – ou como gosto de falar, no setting – terapêutico, proporciona a possibilidade de enxergar com outros olhos, já que, entre a pessoa que sofreu o trauma e a que conta sobre ele, existe um caminho, tornando “duas pessoas diferentes”.
Ressignificar nossos traumas não é sinônimo de que ele nunca mais irá doer.
O trauma é como a cicatriz da cesariana. Ela está lá, a maior parte do tempo a mulher nem lembra que ela existe e pode ser que em algum momento “algo” a faça doer, mesmo depois de ter se passado anos.
Ainda assim, a cicatriz já não traz mais tantos “problemas”, foi cuidada, tratada, dói um pouco, mas passa. A vida não gira em torno da cicatriz, não é necessário escolher a roupa em função da cicatriz, deixar de usar certas calcinhas em razão da cicatriz. Fez sentido?
Ressignificar o trauma é, além de atualizar a experiência junto a ele, poder mudar e/ou acrescentar um ponto na história contada até ali, principalmente, é saber da sua existência e escolher seus caminhos e processos apesar dele, não por causa dele.
Com carinho, Virginia.
CRP 04/48173
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Psicóloga Virginia Lopes P. Lima CRP: 04/48173 © 2023 – Todos os Direitos Reservados | Desenvolvido por: Virginia Lopes